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Integração universidade e empresa impulsiona avanços nutricionais na criação do atum

Integração universidade e empresa impulsiona avanços nutricionais na criação do atum
05 de Abril de 2018
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Em sua terceira edição (nov-dez 2016), a Revista Aquaculture Brasil publicou um artigo sobre a situação da criação de atum na região do México, com autoria de Maria Viana, Artur Rombenso, Jose Mata-Sotres e Fernando Barreto-Curiel.


O atum é uma espécie muito apreciada e isso desperta o interesse na sua criação. Em vários países é realizada a engorda com juvenis selvagens capturados, chegando a uma produção anual de aproximadamente 50 mil toneladas (Wijkstrom, 2012).


Os Atuns são na maioria alimentados com peixes pelágicos frescos ou congelados, o que gera uma conversão alimentar elevada entre 10:1 – 17:1. Essa prática é amplamente criticada por questões de sustentabilidade, pois, entre outros fatores, pode aumentar a incidência de patógenos na criação e ocorre muita variabilidade nutricional com os diferentes lotes oferecidos.


Na região da Baja Califórnia no México, propícia para o desenvolvimento da maricultura, existem cinco fazendas ativas de engorda de atum. Esse processo consiste na captura de juvenis selvagens, engorda, despesca e comercialização para mercados internacionais. Durante a engorda, que leva de 18 a 24 meses, os peixes são alimentados com Sardinha e Cavalinha uma vez ao dia até a saciedade aparente.


 


Há pouca informação sobre a nutrição e fisiologia do Atum, o que dificulta mais a formulação e fabricação de uma dieta. Além disso, a obtenção de organismos é complexa devido ao ciclo produtivo não estar completamente dominado e, talvez, ainda mais difícil é a manutenção em cativeiro devido ao investimento elevado. Outro desafio é a crença por parte dos produtores de que o alimento “natural” seja o único aceito, dificultando o uso das dietas.


Esse cenário impulsionou uma integração universidade-empresa, o laboratório FEED-AQUA aprimora a formulação e fabricação de dietas para Atum e a empresa LITGO SA de CV patrocina o desenvolvimento.


O processo de formulação foi baseado em nível de carnivoria da espécie, hábito alimentar, composição da dieta natural e composição proximal corporal da espécie. Em seguida, buscou-se o uso de ingredientes disponíveis no mercado local.


Com o intuito de validar os processos, juvenis de Atum foram alimentados com as dietas formuladas em experimentos pontuais. Os peixes aceitaram as dietas de imediato, mas é apenas um pequeno passo para o desenvolvimento de uma dieta comercial. Isso pode se tornar realidade por meio de pesquisas e aprimoramento de protocolos de fabricação de alimentos aquícolas, e da integração universidade-empresa, juntamente com o apoio das fazendas de engorda e mercado consumidor.



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