O uso da sustentabilidade nos sistemas de produção como um todo, não só na aquicultura, vem se fortalecendo com o tempo. Isso acontece porque as pessoas passaram a valorizar e se importar mais com o meio ambiente e os impactos gerados pela indústria no ecossistema. No entanto, atingir a sustentabilidade é uma tarefa árdua, que exige mais trabalho e investimentos. Na aquicultura, a adoção de práticas e de sistemas que consideram conceitos da sustentabilidade é uma maneira de ser mais responsável. Para isso, é necessário investir em um sistema que gere renda, otimizando o uso do capital e dos recursos naturais, promovendo o desenvolvimento humano.

O que é sustentabilidade?

Para começar, é importante entender o conceito de sustentabilidade. Esse termo é usado para definir ações e atividades humanas que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Ou seja, a sustentabilidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material, sem agredir o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles se mantenham no futuro. Seguindo estes parâmetros, a humanidade pode garantir o desenvolvimento sustentável.

A sustentabilidade na Aquicultura

A aquicultura deve ser desenvolvida de maneira sustentável para que o ambiente seja utilizado de forma racional e a atividade possa ser praticada por muito tempo. As atividades planejadas e tratadas de maneira responsável, podem se constituir em um importante vetor socioeconômico e de desenvolvimento local, sem prejuízos para as gerações atuais e futuras. O que acontece nos dias de hoje, é que a pesca tratada de maneira irresponsável, em curto prazo, pode acarretar a redução da segurança alimentar, o desemprego e a intensificação de crises ambientais. Já a aquicultura sustentável, pode suprir os déficits econômicos e sociais causados pelo modelo praticado na pesca extrativa.

Para atingir uma aquicultura sustentável, é essencial, portanto, medir a sustentabilidade dos sistemas usados, das técnicas de manejo e das novas tecnologias que vão sendo geradas e adotadas. A criação de peixes seguindo os conceitos de sustentabilidade (ambiental, econômica, social e cultural) é a melhor solução para o desenvolvimento da atividade. A adoção destas ações garantirá o sucesso do empreendimento assim como a perpetuação do negócio.

Com as crescentes preocupações com o meio ambiente, métodos para se avaliar a sustentabilidade dos cultivos têm sido crescentemente aplicados em várias atividades, inclusive na produção animal. Os métodos mais utilizados para se medir a sustentabilidade na aquicultura são: análise do ciclo de vida, análise emergética, pegada ecológica, conjunto de indicadores e resiliência.

As auditorias de certificação de boas práticas em Aquicultura (BPA) – permitem que as organizações demonstrem seu compromisso com a oferta de produtos marinhos seguros e sustentáveis. A Global Aquaculture Alliance (GAA), por exemplo, desenvolveu as normas BPA, um programa de certificação voluntário para aquicultores, que aborda responsabilidade ambiental e social, bem estar animal, segurança alimentar e rastreabilidade. A certificação BPA permite que produtores de pescado, criadores, empresas de beneficiamento e de insumos assegurem a todos os envolvidos no setor, inclusive consumidores, que seus produtos marinhos são cultivados e processados de acordo com as boas práticas da indústria.

O envolvimento das governanças na aplicação da sustentabilidade na aquicultura também é bastante importante. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por exemplo, desenvolveu pesquisas com vistas à sustentabilidade ambiental na aquicultura, com o enfoque nas práticas de manejo e a qualidade ambiental. Em um mundo cada vez mais globalizado, é importante que os países desenvolvam estudos relacionados à sustentabilidade ambiental na aquicultura. Pesquisas como essa são muito importantes, pois contribuem para o aumento da produção e da rentabilidade do empreendimento e podem ser utilizadas em todo o País.