A qualidade da piscicultura depende de diversos fatores e a maioria deles envolve o controle e manutenção da saúde dos animais. Assim, a biometria em peixes é um processo fundamental, que processo que levanta informações sobre o desenvolvimento do ciclo de produção e facilita as escolhas feitas para melhorar o desempenho das criações.

O procedimento é bastante simples, rápido e eficiente, mas gera grandes resultados, além de ser relativamente barato para custear. Mesmo assim, todo o procedimento deve ser feito com bastante cuidado para não comprometer a saúde dos animais.

Basicamente, a biometria é a realização do estudo através de parâmetros métricos das características físicas indicativas do desenvolvimento dos peixes em uma dada unidade de produção. Realizado por meio de amostragem, ele consiste na pesagem dos animais, calculando a biomassa total presente no tanque. 

A partir dessas informações, em conjunto com as tabelas fornecidas pelos produtores de ração, é possível avaliar se há necessidade de alterar as quantidades fornecidas para atingir o melhor desenvolvimento de suas espécies.

O manejo da amostra também serve para analisar o estado sanitário e a condição corporal dos animais, podendo ser identificados a presença de parasitas ou sintomas de enfermidades ou doenças. 

Além disso, vale destacar que a prática da biometria é altamente recomendada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).

Todo esse processo é fundamental para reduzir os riscos associados à prática de piscicultura e para que o produtor acompanhe o desenvolvimento dos peixes, identificando se há algo de errado antes do problema gerar danos econômicos.

Como fazer a biometria em peixes

O primeiro passo para realizar o processo de biometria em peixes é fazer a captura dos animais, utilizando redes de arrasto e tarrafas. 

O volume da produção estocada no viveiro vai orientar quantos peixes devem ser capturados para o procedimento. No entanto, para estipular um número razoável e garantir a representatividade do viveiro, em geral, são coletados 30 peixes.

Após esse recolhimento, um grupo de peixes deve ser pesado com o uso de um puçá. Após a realização da medição de peso dos peixes, deve-se fazer o registro da amostra registrada e depois calcular o peso médio.

Para fazer a avaliação da saúde dos animais é necessário observar determinadas características externas do peixe como alterações na coloração, presença de machucados ou parasitos. 

Lembre-se que estes peixes não podem ser simplesmente jogados novamente no viveiro após a pesagem, já que eles necessitam ser devolvidos com cuidado.

Nesse sentido, é imprescindível ter o máximo cuidado durante o manejo com peixes. Qualquer machucado ou alteração causada na retirada ou devolução pode contribuir para o aparecimento de doenças e levar os peixes à morte. 

Assim, todo o processo de biometria em peixes deve ser feito de maneira ágil, evitando que eles fiquem presos na rede ou expostos ao ar por um longo período.

Esses cuidados contribuem para uma avaliação de qualidade, sem alterar resultados e também para não prejudicar sua produção como um todo. Após a realização da biometria, é necessário fazer o monitoramento das 48 horas seguintes, pois pode haver mortalidades após o manejo se o processo não tiver sido realizado adequadamente.

Além disso, conforme recomendações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) a biometria em peixes deve ser realizada a cada 15 dias ou, no mínimo, uma vez ao mês.

Esse tempo é calculado para que seja possível fazer a avaliação de mudanças entre um procedimento e outro, conferindo, por exemplo, a alteração na alimentação dos animais.

Caso você queira ter um cuidado maior com a sua produção, pode fazer a biometria semanalmente, para evitar desvios e resultados econômicos insatisfatórios ou até desastrosos. 

Nesse sentido, o intervalo maior faz com que o crescimento do animal possa sofrer algum déficit, se a razão do problema não for detectada com antecedência. Por exemplo, a adequação da quantidade de alimentos não foi feita como deveria e em tempo.

Também é importante destacar o período em que deve ser realizado o manejo, pois isso impacta diretamente na qualidade do cultivo e do procedimento como um todo. Para reduzir o estresse dos animais por todo o manuseio, movimentação e captura dos peixes, o ideal é que todo o processo aconteça nas primeiras horas do dia.

Essa recomendação ocorre porque nesse momento do dia, a temperatura e o teor de umidade relativa do ar estão em patamares menores e menos agressivos para organismos de vida aquática. 

A incidência dos raios solares também é menor, colaborando para o manuseio. Ainda devemos destacar que tudo isso deve ser feito antes do primeiro trato do dia do cultivo.

Materiais para necessários para o procedimento

Separamos também alguns materiais fundamentais para a realização da biometria em peixes. Confira:

• Balança - O ideal é utilizar balanças portáteis e do tipo dinamômetro. Assim você pode fazer a pesagem ao lado da unidade produtiva de forma simplificada e rápida.


• Objeto para pesagem - As sacolas para manejo e biometria de peixes foram desenvolvidas para essa finalidade e permitem o escoamento da água com rapidez


• Materiais de anotação - Seja no caderno ou digitalmente, é muito importante criar tabelas para controlar os dados da curva de crescimento da espécie ou da variedade de peixe em produção.


• Tabelas alimentares - Tenha em mãos informações fornecidas pelos fabricantes de ração.


• Sal: indicado para uso em banho de imersão na dosagem de 8g / litro de água para estimular a produção de muco, proteção natural dos peixes.


• Redes - Redes, puçás ou tarrafa para a captura das amostras.