A qualidade da água na produção de peixes
A qualidade da água é um dos fatores mais importantes para o sucesso da piscicultura. Ao criar os peixes em cativeiro, é necessário dar as melhores condições para alimentação, reprodução e vivência.
Ela inclui todas as características físicas, químicas e biológicas que interagem individualmente ou coletivamente, influenciando o desempenho da produção.
Ou seja, perdendo o equilíbrio do ecossistema aquático, com toda a certeza ocorrerá também a diminuição da produção, devido a doenças, diminuição da reprodução e letalidade dos peixes.
Assim, condições inadequadas de qualidade da água podem resultar em prejuízo à reprodução, à saúde, à sobrevivência e à qualidade dos peixes, comprometendo o sucesso dos sistemas aquaculturais.
Por isso, é fundamental realizar o monitoramento da qualidade da água, com o uso de rações, fertilizantes, excretas dos organismos e outras práticas utilizadas nestes sistemas de produção.
Além disso, realizar o manejo sanitário também influencia diretamente na qualidade da água na produção de peixes.
Para que o peixe alcance um bom índice de crescimento, esse monitoramento deve ser constante, além de garantir uma alimentação adequada. A água de boa qualidade está em condições de suportar a biomassa existente no tanque ou no açude.
Existem diversos fatores que influenciam na qualidade da água e, portanto, no resultado da criação de peixes. Destacamos os pontos mais críticos e que também são aqueles que podem ser facilmente monitorados. Confira:
Fatores que influenciam na qualidade da água na produção de peixes
1- Temperatura - A temperatura impacta na qualidade da água e, principalmente, na produção dos peixes, pois existem variações adequadas para cada espécie.
Ela pode, principalmente, limitar a produção de peixes tropicais, pois estes têm a temperatura corporal variando em função da temperatura da água.
As espécies de peixes nativas, em geral, toleram limites de temperatura de 22ºc a 32°c, sendo que a de melhor desempenho se situa na faixa de 24ºc a 30ºc.
2- Transparência - É fácil perceber como está a qualidade da água apenas observando ela. Se a transparência está reduzida, ou seja, ela fica turva, não permite a passagem de luz para os peixes da piscicultura.
Os peixes em tanque precisam receber esta luz, pois ela influencia na temperatura da água. Esse calor gerado é necessário para o desenvolvimento do fitoplâncton, que está diretamente ligado à produção de oxigênio.
3- Oxigênio - Outro fator importante sobre a qualidade da água na piscicultura está na quantidade de oxigênio. Este é o fator mais crítico da piscicultura. Os níveis dependem diretamente da temperatura da água, altitude e salinidade.
Nesse sentido, quanto maior for a altitude ou a temperatura da água, menor será o nível de saturação de oxigênio. Assim, organismos aquáticos têm limites máximos e mínimos de tolerância para teores de oxigênio dissolvidos.
Quando os peixes em tanques são expostos a baixos níveis de oxigênio, podem ficar muito estressados, com consequente diminuição da resistência, aumentando, assim, a incidência de doenças e mortalidade.
4 - Dióxido de Carbono - Outro ponto importante em relação a qualidade da água na piscicultura. O dióxido de carbono está na forma de gás dissolvido, bicarbonato e carbonatos. A formação desse gás está relacionada a respiração das algas, peixes e a processos de decomposição de matéria orgânica.
5- PH - O índice de PH mede o grau de acidez da água, podendo variar de 0 a 14. A média é o valor sete, que é considerado neutro. Acima disto o PH se denomina alcalino e abaixo chamamos de ácido.
O ideal para a produção de peixes é que os valores de PH fiquem na faixa de 6,5 a 8,0. Quando os índices ficam abaixo de quatro e acima de 11, podem ser letais para algumas espécies de peixes.
Nesse sentido, a qualidade da água é importante para controlar o PH, que é influenciado diretamente pelo dióxido de carbono e a concentração de sais em solução.
6- Amônia - Por último, temos a concentração de amônia, que pode ser encontrada na água sob as seguintes formas: amônia ionizada (nh4+) e amônia não-ionizada (nh3-). A segunda forma é a mais tóxica para a piscicultura.
Sua presença ocorre, principalmente, devido à excreção direta dos peixes através das brânquias, adubos nitrogenados e alimento não consumido. Para realizar o equilíbrio da amônia, deve-se regular o PH e também a temperatura da água.
Para melhorar a qualidade da água, é necessário utilizar Rações com alta digestibilidade, que reduzem a eliminação de amônia no ambiente. Caso contrário, com níveis acima dos aceitáveis, podem causar a morte da produção de peixes.
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