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Aquaponia economiza 90% da água usada na produção

Aquaponia economiza 90% da água usada na produção
07 de Março de 2017
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Ainda pouco difundido no Brasil, o sistema de aquaponia é usado em países com pouca disponibilidade de água doce, que sofrem com invernos
rigorosos ou por praticantes de agricultura urbana. Trata­se de um sistema integrado para a produção de alimentos e de baixíssimo impacto
ambiental. Exemplo da prática é a produção de peixes e hortaliças em um pequeno espaço.



O produtor Jair Simão Ferreira é adepto da aquaponia, que pratica em sua propriedade em Santa Isabel, cidade paulista que fica a 60 km da
capital. Com muitos erros e acertos, ele implantou o sistema no quintal de casa. Para tanto, transformou três caixas d’água em tanques.



“Eu comecei a captar água da chuva há dois anos e meio. Eu crio peixe em água coletada até hoje. Pode começar com uma caixa d’água e ir
aumentando aos poucos”, diz o produtor, que também é tesoureiro da Associação de Pescadores Amadores de Santa Isabel.



No sistema usado por Ferreira, a água passa de um tanque a outro por meio de sifões. E leva junto os dejetos dos peixes. No último tanque, a
água passa por um processo de decantação. Depois, vai para um filtro artesanal coberto de papiros. Esse é o coração de todo o sistema.



“É a etapa mais importante, a do decantador. Os pontinhos que aparecem são bactérias, que têm a função de distribuir amônia e transformá­la
em nitrito e nitrato. E as raízes do papiro vão ajudar a filtrar a água”, diz Ferreira.



Já com nitrato, a água irriga as plantas. E depois volta para os tanques de peixes. O sistema não para nunca.



A produção é ambientalmente correta. Por causa do sistema todo fechado, não há eliminação de dejetos ou efluentes no meio ambiente. Além
disso, a economia de água é de 90%, se comparada à produção convencional de hortaliças.



O sistema dispensa o uso de agrotóxicos e outros métodos químicos para controlar pragas e doenças. Até porque eles poderiam matar os
peixes.



“O produtor consegue reduzir dois impactos ao mesmo tempo: que seriam o uso desordenado de produtos químicos e essa água que volta para
natureza 100% limpa, sem dejetos e sem poluição”, afirma o técnico de extensão rural Vagner Natanael de Souza.



Em cada metro cúbico de água Jair produz, a cada seis meses, 25 quilos de tilápia. A horta rende mais. As alfaces orgânicas são colhidas a
cada 30 dias, prazo muito menor que no modo convencional. O próximo passo do produtor é implantar um sistema de energia solar para não
depender totalmente da energia elétrica, que custa em torno de R$ 40 por mês. Evita também blackouts, como o que aconteceu no fim de 2016:
“Nós perdemos 70 quilos de peixe em duas horas por falta de oxigenação”.


O manejo é alimentar os peixes três vezes por dia, ficar de olho na temperatura ­ já que a tilápia come menos no frio ­ e fazer a análise e
correção da água uma vez por semana. Se o PH começa a subir, o produtor corrige com vinagre. Se a amônia está muito alta, joga gesso. Se o
nitrato está alto, coloca cal.


Outras espécies podem ser criadas com a aquaponia, entre elas rã e camarão. “Nós vamos pegar esse sistema do Jair, melhorar e levar a
outros proprietários”, diz o secretário de Meio Ambiente de Santa Isabel, Rubens Barbosa.


O próximo passo de Ferreira é produzir alevinos para um sistema maior de criação de tilápias em tanques na represa da cidade: “Nosso sonho é
através repovoar o reservatório de Jaguari”.


Fonte: Venilton Küchler / SESA



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