Bom sistema imunológico e padronização na biossegurança elevam produtividade na piscicultura
A busca pela melhor produtividade na piscicultura é o que move o trabalho e as pesquisas de todos os produtores. Nesse sentido, a biossegurança é um item que está diretamente ligado à fertilidade dos cultivos de peixe.
Além disso, o sistema imunológico também afeta a quantidade de peixes e a qualidade do produto final.
Na realidade, a implementação de programas de biossegurança tem um grande impacto em diversos setores, principalmente aqueles que lidam com consumo e produção de carne animal.
Na piscicultura, isso ocorre porque a qualidade da água, o baixo nível de estresse e o manejo adequado podem melhorar os resultados com a produção de peixes.
Ou seja, quando for aplicada na produção animal, a biossegurança pode ser definida como um conjunto de procedimentos realizados para prevenir, controlar e erradicar as doenças infecciosas nos organismos cultivados.
Um dos principais componentes que se destacam para melhorar a imunidade dos peixes é a Vitamina C, que é fundamental nesse sentido e está presente até mesmo na composição das rações. Essa proteção evita que os animais tenham infecções, melhorando a produtividade do cultivo, além de reduzir os gastos excessivos.
Além disso, uma maneira de obter uma resposta positiva no cultivo de peixes é através do manejo sanitário.
Assim, para ter plena noção se a produção está adequada, o piscicultor deve ficar atento ao comportamento dos animais. Durante a hora da alimentação, se o peixe está bastante ativo e voraz, significa que o cultivo está bom.
Por isso, é fundamental que se tenha padronização na biossegurança. Assim é possível que a saúde da dos peixes se mantenha em bom estado e, por consequência, a melhora do sistema imunológico.
Um método para executar este padrão é comprar todos os alevinos de um mesmo estabelecimento, que seja de confiança e cumpra os requisitos especiais para este tipo de comercialização.
Além disso, deve-se inserir todos os embriões ao mesmo tempo no tanque, assim como retirá-los ao mesmo tempo. Desse modo, ocorre a redução da despesca parcial e evita o manejo durante o inverno.
Nesse sentido, evitam-se diversos tipos de doenças que podem ocorrer na piscicultura, principalmente as infecções, que destacamos como mais comuns as bacterianas, fúngicas, a partir de protozoários, vírus e parasitos.
Estas patologias podem comprometer a produção de peixes, pois eles param de se alimentar, além de aumentar o nível de estresse da produção. Tudo isso influencia na produtividade, qualidade do produto final e, por consequência, causa prejuízos no cultivo.
Vale destacar para quem tiver interesse em aprimorar as técnicas de manejo sanitário e melhorar a biossegurança, o Senar Mato Grosso do Sul oferecerá nesta quarta-feira (28/08) o curso gratuito "Manejo Sanitário".
Biossegurança como solução para os desafios sanitários da piscicultura brasileira
A biossegurança é um conceito que está sendo gradativamente introduzido na piscicultura brasileira nos últimos anos.
Mesmo que de forma discreta ou pouco representativa no contexto nacional. Mesmo assim, ela é muito importante para o sucesso do cultivo de peixes e outras espécies como é o caso da carcinicultura.
De maneira simples, é uma reunião de estratégias e ações que que em conjunto promovem a interrupção da circulação de patógenos em um sistema de produção animal, prezando pela saúde do cultivo.
Além disso, estas medidas também protegem saúde das pessoas envolvidas, estando bastante relacionadas também com a segurança do trabalho.
Desse modo, é fundamental para a piscicultura, que estas etapas sejam implementadas e incorporadas na cultura dos criadores, fazendo com que eles alcancem um crescimento ordenado, responsável e com estabilidade na produção.
Isto é fundamental, pois nos últimos anos foram introduzidas novas doenças na piscicultura nacional, como é o caso da franciselose que impacta a tilapicultura, a infecção por acantocéfalos em peixes redondos e branquiomicose para bagres nativos.
Por isso, também é importante conhecer a biologia destes patógenos, incluindo sua manutenção no ambiente de criação animal, seus mecanismos de infecção, transmissão e aspectos patológicos da doença.
Assim, tanto pesquisadores, quanto os próprios criadores na ponta, conseguem estipular medidas contra a livre circulação destas doenças, especialmente com foco em promover maior salubridade no ambiente de produção, com descontaminação e implantação de barreiras sanitárias efetivas.
Se a biossegurança for levada em conta, além do crescimento desordenado sem respeitar os princípios de saúde animal e ambiental, também acarretará em um ponto em que atividade de criação se tornará insustentável, amargando prejuízos pela depreciação do ambiente juntamente com alta pressão de patógenos.
Assim, os piscicultores devem estar atentos aos novos patógenos que vêm surgindo e também aos desafios sanitários que serão impostos por estes.
Como é o caso da mudança dos aspectos de resistência e patogenicidade dos agentes etiológicos que conhecemos atualmente na rotina das fazendas de criação.
Para isso, necessitamos experimentar das estratégias de sucesso em outras atividades de criação animal praticadas no Brasil, especialmente suinocultura e avicultura. Além disso, também podemos nos inspirar em modelos que já estão em operação na aquicultura internacional, especialmente na salmonicultura.
Tudo isso contribui para melhorar a biossegurança das criações e aumentar ainda mais a competitividade e consolidação da piscicultura nacional. Este desafio deve ser bem trabalhado e estudado, principalmente levando em conta as realidades das espécies criadas nas diferentes regiões de nosso país.
Afinal, a gestão sanitária é uma questão de sustentabilidade da criação de peixes no Brasil e fazer isso com excelência é uma forma de ter sucesso na piscicultura.
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