Doença de Haff: tudo o que você precisa saber sobre essa síndrome rara
A Doença de Haff é uma síndrome ainda rara, mas muitos produtores de peixe estão registrando diversos casos no Brasil. Esta doença é provocada ao consumir pescados que estão contaminados e os sintomas podem aparecer em poucas horas.
Ela pode ser transmitida por peixes carnívoros, ou seja, os produtores precisam estar atentos à qualidade das produções da piscicultura.
Quanto mais informações sobre a Doença de Haff forem de conhecimento geral, melhor será a forma de evitar que elas atrapalhem a criação de peixes. Confira tudo o que você precisa saber sobre a Doença de Haff.
O que é a doença de Haff e quais são as suas causas?
A síndrome de Haff é causada pelo consumo de pescado contaminado. Ela também pode ser conhecida popularmente também como a “doença da urina preta”, devido a um dos sintomas mais graves que causa essa coloração. Basicamente, ela consiste em uma rabdomiólise, ou seja, uma situação em que há a destruição das fibras musculares.
Ainda é um caso de condição clínica rara, que ocorre após ingestão de peixes contaminados. Se não ocorrer um tratamento rápido, as pessoas envenenadas pelas toxinas podem chegar à morte.
Por isso, é importante ressaltar que após o aparecimento de qualquer sintoma, os médicos devem ser consultados, com a indicação do consumo dos peixes.
Existem casos registrados tanto no Brasil, como em outros lugares do mundo. Tivemos um caso emblemático em 2021, que levou a morte de uma veterinária de 31 anos em Recife.
Em 2022, ocorreu o registro de novas vítimas, dessa vez no Pará. Ainda não se sabe se a doença é fatal, já que muitos casos ocorreram a recuperação completa da pessoa, por isso ainda estão sendo realizados diversos estudos e análises sobre a Doença de Haff.
O que é possível saber é que os sintomas aparecem em menos de 24 horas após a ingestão do peixe contaminado.
Ainda não se sabe o que causa a doença, apenas a relação do consumo do peixe portador da síndrome. Estudos atuais indicam que a doença envolve uma toxina termoestável, que não é destruída mesmo após a preparação do peixe.
Mesmo que os médicos e estudiosos já conheçam as características dessa toxina, não se sabe muito além dos sintomas que são causados. Estes são os principais:
- dor muscular difusa, que pode espalhar-se por diversas partes do corpo;
- rigidez muscular;
- falta de ar;
- dormência dos membros;
- fadiga e perda da força;
- urina escura, um dos sintomas mais conhecidos.
Diagnóstico e tratamento
Em primeiro lugar, o diagnóstico deve ser feito através da análise de sintomas, que ocorrem poucas horas depois do consumo do alimento envenenado. Também deve-se fazer a verificação do histórico de consumo alimentar.
Essa investigação é o ponto de partida quando os sintomas brandos surgem, mas em casos mais extremos, como a urina de coloração escura e a rigidez muscular, deve-se dirigir a um hospital ou médico rapidamente.
Por ser uma síndrome ainda rara, sua identificação não é tão fácil de ser feita e caso o diagnóstico seja feito com atraso, pode colocar a vida do paciente em risco. Portanto, essas informações são fundamentais para adiantar o tratamento e salvar vidas.
O tratamento da Doença de Haff ainda está voltado para aliviar os sintomas e combater as complicações. Isso ocorre porque ainda não existe um procedimento específico para atacar diretamente a toxina.
A principal consequência da síndrome é a insuficiência renal e, por isso, é muito importante fazer o monitoramento dos rins.
Quais peixes podem causar a doença?
Como destacamos anteriormente, a Doença de Haff pode ser provocada pela ingestão de alguns peixes carnívoros.
O envenenamento pode ser causado por espécies que estão em águas brasileiras, como é o caso do badejo e o olho-de-boi (também conhecido como arabaiana), por exemplo. Além disso, alguns crustáceos que vivem em áreas de recifes coralinos também podem ser causadores da síndrome.
As duas espécies citadas são diferentes na forma como podemos encontrá-las. O olho-de-boi é um peixe de águas profundas, enquanto o badejo é normalmente em regiões de águas rasas.
No entanto, eles compartilham algumas semelhanças. Dentre elas, podemos citar por exemplo o fato de ambos visitarem recifes de corais com frequência.
Estas espécies de peixes fazem isso tanto para se alimentar, quanto para a reprodução. Ainda existe um aspecto em comum mais impactante: os dois são carnívoros e se alimentam de outros peixes e animais marinhos.
Um dos grandes problemas da Doença de Haff é que a cocção do peixe não elimina o fator que gera a síndrome. Ou seja, não adianta cozinhar os peixes contaminados, independente do tempo que for feito esse processo.
Além disso, quando o animal está contaminado, ele não apresenta um sabor diferente, fazendo com que as pessoas não sintam algo diferente no consumo e não tenham nenhuma suspeita de contaminação inicial.
Existem alguns casos que também foram registrados após o consumo do pacu. Identificados no Pará, também gerou um alerta para outros peixes, fazendo com que a recomendação para os moradores fosse evitar comer pirapitinga e tambaqui.
Ou seja, a Doença de Haff, mesmo que rara, é uma realidade no Brasil e em outros países. Desse modo, é fundamental que produtores e trabalhadores do ramo de pescados tenham bastante cuidado com a qualidade dos seus produtos de piscicultura.
Felizmente a Doença de Haff não resulta em morte na maioria dos casos e possui baixa ocorrência no geral, mas é preciso estar sempre atento para que não ocorra uma expansão do problema por descaso.
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