Laboratório de reprodução de peixes é inaugurado em Ilha Grande
No dia 30 de novembro de 2017, foi inaugurado o Laboratório de Reprodução de Peixes Marinhos na Praia do Bananal, Ilha Grande, município de Angra dos Reis, Rio de Janeiro. A iniciativa é uma realização do IPEMAR(Instituto de Pesquisas Marinhas, Arquitetura e Recursos Renováveis) e da FAOC/UERJ (Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro). O projeto foi viabilizado a partir de um convênio firmado entre a Prefeitura de Angra dos Reis / Secretaria Executiva de Agricultura, Pesca e Aquicultura e Governo Federal / Secretaria de Pesca e Aquicultura.
O laboratório produzirá formas jovens do peixe bijupirá (Rachycentron canadum). Os alevinos serão destinados às fazendas marinhas da Ilha Grande. Os juvenis, que eram comprados em laboratórios no estado de São Paulo, serão agora adquiridos no próprio local. Dessa forma, a cadeia produtiva do bijupira fica completa. Os maricultores da região ganham autonomia e segurança para repor os tanques de criação com peixes jovens.
Segundo o professor Marcos Bastos, Coordenador da Faculdade de Oceanografia da UERJ e também coordenador do laboratório, a iniciativa consolidará a maricultura na Baia da Ilha Grande. Marcos destaca ainda que a expansão da piscicultura marinha na região está sendo construída em sintonia com a preservação da biodiversidade, a partir de estudos ambientais e avaliações da capacidade de suporte das áreas de cultivo. “A rede de instituições formada em torno do projeto em conjunto com a equipe técnica confere capacidade executiva a ação”, completa Bastos.
As tentativas de realizar a reprodução do bijupirá em laboratório, na região, começaram há nove anos, a partir de pesquisas de estudantes da FURG e da Fazenda Maricultura Costa Verde. Vislumbrando o grande potencial do projeto, inúmeras instituições vêm apoiando a iniciativa ao longo dos anos: a FIPERJ, a FAPERJ, a Associação de Maricultores da Baía da Ilha Grande (AMBIG) e mais recentemente a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e o INEA por meio da Iniciativa BIG 2050.
Tantos órgãos envolvidos dão a dimensão da importância do assunto para a região. Atualmente, a maricultura na Baía da Ilha Grande se destaca com a produção de vieiras e a criação do peixe Beijupira. Em 2016, foram produzidas 53 mil dúzias do molusco e 12 toneladas do peixe. A expectativa é que, com o laboratório, a produção atinja 22 toneladas por ciclo de 18 meses. No último ano, a atividade pesqueira sofreu severa baixa no Estado do Rio de Janeiro. A sardinha que batia recordes de produção, atingindo o número de 42.358 toneladas no ano de 2015, teve esse número reduzido para 6.776 em 2017. Nesse cenário, a perspectiva do desenvolvimento da maricultura é uma boa notícia.
Além de produzir alimento de boa qualidade seguindo um cuidadoso monitoramento ambiental, a maricultura traz grandes oportunidades de trabalho aos ilhéus. “O modelo das fazendas na Ilha Grande é baseado em pequenos módulos, de forma a descentralizar a carga orgânica e, portanto, minimizar os impactos. Outro benefício dessa organização é a distribuição de negócios entre vários produtores. A inauguração do Laboratório é um passo importante para o setor”, aponta Carlos Kazuo, presidente da AMBIG e membro do IPEMAR.
Estiveram presentes à inauguração, representes da comunidade de Bananal e da AMBIG (Associação dos Maricultores da Baía da Ilha Grande); o Prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão; o Secretário de Governo Marcus Venissius Barbosa; o Superintendente do MAPA/RJ Essiomar Gomes; o chefe do escritório da FIPERJ na Costa Verde, André Araújo; o diretor técnico do IED-BIG Renan Ribeiro e Silva e a analista do SEBRAE Andriele Maia.
Após as confraternizações da inauguração, os técnicos conduziram o público em uma visita guiada. Patrícia Merlin, gerente de Produção na empresa Maricultura Costa Verde, finalizou: “O laboratório já está em operação, pronto para receber as desovas dos peixes adultos”.
Fonte: IPEMAR
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