NOTÍCIA


Os moluscos bivalves de água doce do Brasil – Potencial ainda não aproveitado pela aquicultura

Os moluscos bivalves de água doce do Brasil – Potencial ainda não aproveitado pela aquicultura
28 de Abril de 2018
Voltar

Neste artigo, publicado na sétima edição (jul/ago 2017) da Revista Aquaculture Brasil, os autores Ellano José da Silva, Carla Suzy Freire de Brito, Renata Bezerra Gomes e Cristina de Almeida Rocha-Barreira listam os principais grupos de moluscos dulcícolas nativos com potencial ao cultivo, bem como os gargalos para o desenvolvimento do cultivo de moluscos bivalves de água doce no Brasil.


Os moluscos constituem o segundo grupo de animais com maior produção pela aquicultura mundial. Além disso, na malacocultura não há entrada de alimento ou fertilizantes, um dos principais custos envolvidos na piscicultura ou carcinicultura, por exemplo (ANDRADE, 2016). Mundialmente, os moluscos marinhos e estuarinos são os mais cultivados, com destaque para o grupo dos bivalves, englobando ostras e mexilhões.


No Brasil, o cultivo de espécies de água doce ainda é pouco difundido. A malacocultura se restringe ao cultivo de espécies marinhas, das quais os estados do Sul e Sudeste detém a produção, especialmente Santa Catarina, maior produtor nacional (MPA, 2012), alcançando 20.438 toneladas de ostras e mexilhões no ano de 2015 (EPAGRI, 2016).


Quanto ao conhecimento das espécies de bivalves que ocorrem nos ambientes límnicos, o Brasil ganha destaque, mas o real potencial desses organismos ainda não foi aproveitado pela aquicultura.


As espécies nativas do Brasil estão representadas por seis famílias (PIMPÃO e MANSUR, 2009). A Hyriidae e Mycetopodidae da ordem Unionoida, a Cyrenidae, Sphaeridae e Dreissenidae da ordem Veneroida e a Lyonsiidae da ordem Pholadomyoida.


A Ordem Unionoida representa os principais bivalves dulcícolas no mundo (GRAF, 2007), são os únicos bivalves a possuírem um estágio larval parasitário e conhecidos por produzirem pérolas de alta qualidade.


A Ordem Veneroida engloba mais de um terço de todas as espécies atuais de bivalves (PECHENIK, 2016), com destaque para a família Cyrenidae e a espécie Cyanocyclas brasiliana. É uma das únicas espécies de moluscos de água doce alvo da pesca no Nordeste brasileiro, servindo como fonte de alimento e renda para as comunidades em sua área de ocorrência.


Gargalo no Cultivo
Reprodução: os bivalves límnicos apresentam fecundação e desenvolvimento internos. O grande entrave no cultivo dos Unionoida está na necessidade de simular as características do hospedeiro. Para os Cyrenidae faltam estudos sobre a biologia reprodutiva.
Perspectivas futuras
O uso de bivalves límnicos para a produção de pérolas, conservação de estoques naturais e consumo humano, são apenas algumas de suas múltiplas aplicações. Apesar de não existirem cultivos comerciais no Brasil, o mesmo se destaca devido ao grande número de corpos d’água continentais e parques aquícolas.


 


Fonte: Aquaculture Brasil



Compartilhe