Não é de hoje que o mercado da piscicultura está em evolução no Brasil. Cada vez mais a produção de peixes cresce no país, com novas demandas dos consumidores internos e também com crescimento em relação às exportações.

A piscicultura também está em um dos seus anos mais promissores, apontados pelo mercado e por pesquisas feitas pelo setor de produção de peixes.

Em 2015, o banco Rabobank encomendou uma pesquisa sobre dados da piscicultura. Conforme indicado no estudo naquele ano, a produção de peixe em cativeiro poderá alcançar 960 mil toneladas em 2022.

Isso representaria o dobro em relação às toneladas produzidas na década de 2010. Neste período, foram produzidas 479 mil toneladas de peixes.

Obviamente, naquele período não se esperava que uma pandemia global atingiria o planeta, causando diversos efeitos negativos para a vida das pessoas. Além disso, o impacto em diversos setores econômicos também foi enorme.

No entanto, as perspectivas continuam positivas para atingir os números esperados pela piscicultura. Afinal, uma das grandes vantagens dos peixes criados em cativeiro está na qualidade dos produtos.

Eles apresentam exatamente os mesmos nutrientes essenciais – proteína, hidratados de carbono, gorduras, vitaminas e minerais – que o peixe pescado, capturado no rio ou no mar. Além disso, são alimentados com rações especiais, o que melhora a qualidade nutritiva, o sabor e a quantidade de carne.

Dados de 2021 apontam perspectivas positivas para 2022

Mesmo com todas as dificuldades impostas pela pandemia, as perspectivas são de tempos melhores para a piscicultura.

Com a vacinação contra a covid-19 avançando e a flexibilização dos setores aumentando, a produção de peixes voltou a ter crescimento e indicadores positivos.

O setor está ganhando muito pelas exportações de peixes e, principalmente, pela espécie de peixe mais destacada de todas: a tilápia.

Em 2021, as exportações de tilápia chegaram a US $5,6 milhões no 3º trimestre de 2021, com aumento de 71% em relação ao mesmo período de 2020.

Os dados são do Ministério da Economia e foram compilados pela Embrapa Pesca e Aquicultura em parceria com a Associação Brasileira da Piscicultura.

Na comparação direta com o 2º trimestre de 2021, o aumento também é expressivo: 43%. Entre janeiro e setembro de 2021, as exportações totalizam US $12,8 milhões.

Com relação às categorias de produtos exportados, um dos grandes destaques no 3º trimestre de 2021 é a liderança dos peixes inteiros congelados.

A categoria representou os maiores volumes no período, chegando aos US $2,5 milhões. Este valor é um aumento considerável, já que a alta foi de 112% no comparativo com o trimestre anterior. Outro grande destaque fica por conta das exportações de filés congelados, chegando aos 236%.

Essa impulsão ocorreu a partir do crescimento da demanda para os Estados Unidos, um dos maiores consumidores da piscicultura brasileira. Em 2021 ele bateu o marco para o Brasil, já que conseguiu superar a concorrência da China em relação a este mercado.

A tilápia mantém a liderança entre as espécies mais exploradas no trimestre, totalizando US $4,8 milhões (alta de 42%). Em seguida, estão curimatãs (US $456 mil) e tambaqui (US $263 mil), tendo esse último apresentado elevação de 371%.

Mesmo com as complicações causadas pela pandemia, a Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR) estima que para 2021, quando todos os números forem compilados, o crescimento na piscicultura será de pelo menos 10%, passando de 880 mil toneladas.

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