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Principais dados da pesca brasileira em 2021 e perspectivas para 2022

Principais dados da pesca brasileira em 2021 e perspectivas para 2022
17 de Dezembro de 2021
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Chegando o final de ano e o balanço sobre os dados da pesca brasileira são mais positivos do que poderíamos imaginar. O fechamento para este ano poderá ser analisado no início de 2022, mas as perspectivas para o futuro são bastante promissoras.


Isto ocorre porque cada vez mais estamos nos encaminhando para a volta da normalidade. Com o avanço da vacinação contra a covid-19 e a flexibilização dos setores, a piscicultura e a pesca brasileira como um todo apresenta bastante indicações de ainda mais crescimento.


Considerando o ano de 2020, já podemos destacar a produção de peixes, que atingiu quase 803 mil toneladas no Brasil. A receita gerada pela pesca brasileira chegou na casa dos $ 8 bilhões, sendo que a piscicultura gera cerca de 1 milhão de empregos diretos e indiretos.


Vale destacar ainda que o Brasil é o quarto maior produtor mundial de tilápia, espécie que representa 60% da produção do país. Os peixes nativos, liderados pelo tambaqui, participam com 35% e outras espécies com 5%. 


Nos últimos seis anos (período de levantamento da Peixe BR), a produção de peixes de cultivo saltou 38,7% no país: de 578.800 t (2014) a 802.930 t (2020).


De acordo com dados da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), lançados no Anuário da Piscicultura 2021, a piscicultura brasileira avançou 5,93% em 2020, registrando uma produção de 802.930 toneladas. Em 2019 foram 758.006 toneladas.


Mesmo em um ano complicado com os desafios impostos pela pandemia, este foi o segundo melhor resultado desde 2014, ano em que começou o levantamento. O destaque fica por conta do segundo semestre, onde houve maior demanda pelos produtos e os preços ao produtor tiveram melhor desempenho.



Consolidação da tilápia


 


Não é de hoje que a tilápia se destaca nos dados da pesca brasileira. A espécie de peixe continua sendo a principal no Brasil, com registro de crescimento de dois dígitos e alta de 12,50%, atingindo 486.155 toneladas. Este número representa quase 55.000 toneladas a mais em relação ao período anterior.


Desse modo, a participação da espécie na produção nacional total de peixes aumentou para 60.60%, fazendo com que o Brasil se consolidasse como quarto maior produtor mundial de tilápia.


Com relação às regiões do país, o Sul concentra 44% do total, com o Paraná na liderança isolada, totalizando 166.000 toneladas das 213.351 toneladas produzidas na região. O estado é 135% maior que o segundo colocado, São Paulo (70.500 toneladas). Já o terceiro lugar está Minas Gerais (42.100 toneladas), seguido por Santa Catarina (40.059 toneladas) e Mato Grosso do Sul (29.090 toneladas), em quarto e quinto lugar, respectivamente.



Espécies nativas


 


No entanto, mesmo com números positivos na pesca brasileira, os peixes nativos não tiveram um bom desempenho. A participação nacional na produção foi reduzida em 3,20% ou 278.671 toneladas, representando 9.259 toneladas a menos em um ano.


Um dos principais problemas apresentados é a falta de investimentos dos principais estados produtores, além de dificuldades de logística e problemas de comercialização. 


Assim, esses empecilhos podem atrapalhar o desempenho deste importante segmento da piscicultura brasileira. O maior estado produtor de peixes nativos é Rondônia, com 65.500 toneladas.


Outras espécies mostraram um bom desempenho, como é o caso de: carpa, truta e pangasius. 


Elas tiveram um crescimento de 10,90%, com destaque para o pangasius, que ganha espaço na produção, especialmente na região Nordeste, principalmente no Piauí e Maranhão. Em 2020, estas espécies somaram 38.104 toneladas contra 34.370 toneladas de 2019.



Desempenho por estado


 


O estado do Paraná é o líder nacional de produção de peixes, com 172.000 toneladas em 2020 contra 154.200 toneladas no ano anterior. 


Um dos grandes destaques novamente é a tilápia, que cresceu 11,50% no estado. Uma explicação para estes excelentes resultados é o desempenho cooperativista, com incentivos à produção.


O bom desempenho dos peixes nativos coloca Rondônia em terceiro lugar, mesmo tendo recuado 4,80% em 2020. O volume (65.500 toneladas) ainda é bem acima do quarto colocado que é Santa Catarina, cuja produção cresceu 3% e atingiu 51.700 toneladas.


Já São Paulo está na segunda posição, com crescimento de 6,90% em 2020 e o que explica esse avanço é a regulamentação ambiental nos últimos dois anos, além de ser um grande centro consumidor, o que atrai investimentos.


No Maranhão, quinto maior produtor de peixes em 2020, o crescimento foi de 6% e alcançou 47.700 toneladas no ano, com aumento da produção de pangasius. 


Minas Gerais se manteve na sétima posição do ranking de estados produtores, com aumento de 14,80% na produção (44.300 toneladas). Mato Grosso do Sul também ficou estável (8ª posição), com crescimento de 8,70% na produção (32.390 toneladas).


Além disso, houve inversão de posição também nos 9º e 10º lugares. A Bahia superou Goiás e ficou em 9º, com 30.270 toneladas (+ 5,80%). A produção de Goiás manteve-se estável no ano, com sutil aumento de 0,20% (30.062 toneladas).



Perspectiva para os dados de pesca em 2022


 


Com alguns dados da pesca brasileira já disponibilizados para 2021, podemos destacar o avanço nas exportações. A piscicultura foi puxada, principalmente pela tilápia, atingindo $S 5,6 milhões no 3º trimestre de 2021, com aumento de 71% em relação ao mesmo período de 2020.


Na comparação direta com o 2º trimestre de 2021, o aumento também é expressivo: 43%. Entre janeiro e setembro de 2021, as exportações totalizam US$ 12,8 milhões. 


As informações são do Ministério da Economia e foram compiladas pela Embrapa Pesca e Aquicultura em parceria com a Associação Brasileira da Piscicultura.


Além desse crescimento nas vendas externas, um dos grandes destaques no 3º trimestre de 2021 é a liderança dos peixes inteiros congelados entre as categorias de produtos exportados. 


Assim, os peixes inteiros congelados representaram os maiores volumes no período, com US$ 2,5 milhões. Estes números representam uma alta de 112% no comparativo com o trimestre anterior. Outro grande destaque fica por conta das exportações de filés congelados, chegando aos 236%.


O crescimento das exportações de peixes inteiros congelados especialmente para os Estados Unidos. Este é um marco para a piscicultura brasileira, pois conseguiu bater a concorrência da China em relação a este mercado.


A tilápia mantém a liderança entre as espécies mais exportadas no trimestre, totalizando US$ 4,8 milhões (alta de 42%). Em seguida, estão curimatás (US$ 456 mil) e tambaqui (US$ 263 mil), tendo esse último apresentado elevação de 371%.


Estados Unidos, China e Colômbia, nesta ordem, são os principais importadores da piscicultura brasileira no terceiro trimestre. As exportações para os Estados Unidos cresceram 121% em relação ao segundo trimestre, atingindo US$ 3,7 milhões. Os embarques para a China caíram 3%, enquanto para a Colômbia avançaram 10%.



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