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Produção de pirarucu em cativeiro

Produção de pirarucu em cativeiro
09 de Maio de 2018
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Em sua oitava edição (set-out 2017), a Revista Aquaculture Brasil publicou um artigo com o cenário da criação de pirarucu atualmente. A publicação tem autoria de Adriana Lima, Ana Paula Rodrigues, Eduardo Varela, Lucas Torati e Patrícia Maciel.


O pirarucu é uma das espécies nativas de grande potencial para a aquicultura, devido ao rápido crescimento (10 kg/ano), rusticidade, respiração aérea obrigatória e filé claro, com sabor suave e ausência de espinhas; o que favorece seu cultivo e aceitação no mercado consumidor. Mas sua produção ainda é tímida (8,6 mil toneladas em 2016).


Em 2012, a EMBRAPA em parceria com o SEBRAE e o extinto MPA, deflagrou uma série de ações de pesquisa e transferência de tecnologia para o pirarucu, com 10 cursos na região Norte para capacitação na produção do pirarucu e que, geraram dois livros.


Reprodução
As propriedades, de maneira geral, não fazem a gestão dos plantéis, o que implica na ausência de registro de origem, o que pode uma das causas da alta mortalidade das larvas. Além disso, mantém um elevado número de reprodutores sem uso efetivo, o que somado a reprodução tardia (4 anos), encarece a manutenção dos plantéis. O domínio de métodos de indução da reprodução poderia garantir a oferta de alevinos durante o ano todo, entre outras tecnologias que já estão disponíveis, como a separação de casais por viveiros e a identificação dos reprodutores com PIT-tags.


Alevinagem
Esta fase é marcada pelo treinamento alimentar dos alevinos com ração comercial, geralmente feito em laboratório. É a fase em que mais ocorre mortalidade e os indivíduos estão mais suscetíveis a doenças, principalmente porque são capturados diretamente dos viveiros, já entrando no laboratório com uma carga inicial de patógenos. Esses fatores são refletidos no sucesso da alevinagem, no preço dos alevinos e na produtividade na fase de engorda.


 


Engorda
É comumente realizada em viveiros escavados e barragens, com algumas iniciativas de produção em tanques-rede e de lona vinílica. Em geral, é dividida em fase I, que dura 90 dias, na qual peixes entre 10-15 cm (10-20 g) alcançam peso de 600 a 1000 g, e fase II, em que atingem aproximadamente 10 kg após 270-300 dias.


Ainda não existem rações específicas a espécie, portanto tem uma alta conversão alimentar (≥ 2:1), o que aumenta o custo de produção. Problemas sanitários durante a engorda têm sido mínimos quando esta é iniciada com alevinos sadios e condicionados a comer ração.


Processamento e comercialização
A maioria das indústrias de pescado não possuem linha de produção adaptada ao porte do pirarucu, nem métodos de insensibilização e abate apropriados para a espécie. O filé fresco, congelado ou salgado é o principal produto ofertado no mercado, sendo raro o aproveitamento de coprodutos, em especial, escamas e couro, que poderiam tornar o processamento mais lucrativo.


Conclusão
A produção de pirarucu em cativeiro começa a deixar de ser um potencial para se tornar uma realidade. No entanto, ainda são necessários o desenvolvimento da indústria de processamento para absorver a produção e esforços conjuntos de instituições de pesquisa, desenvolvimento e assistência técnica com produtores.


 


Fonte: Aquaculture Brasil   



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